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Referenciais teóricos que utilizamos:

          Este texto procura apontar quais os benefícios e malefícios que os desenhos animados provocam nas crianças. É visto que as imagens, o colorido atrai as crianças, que tem as fantasias como um espelho de vida. A criança como sujeito de comunicação recebe aquilo que está exposta, sendo repassados conteúdos que condizem com seus comportamentos. Cada criança ao assistir um desenho animado processa o que viu de maneiras diferentes, com entendimentos diferentes, fazendo o uso ou não de mensagens e comportamentos, de acordo com que lhe fez sentido. Defende que existe uma falta de fiscalização dos conteúdos dos desenhos, afirmando que a televisão ocupa horas da vida das crianças. O texto nos traz ainda que a imitação dos conteúdos gera uma prática de violência no mundo, e que esses conteúdos geram uma aflora precoce pela aquisição de objetos do respectivo desenho. Porém, existem aqueles que vem os desenhos como uma ferramenta educacional, e que auxiliam no desenvolvimento da linguagem da criança,

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          Existem duas vertentes principais de conteúdos dos desenhos animados assistidos pelas crianças: a) non sense: considerado algo sem sentido, parte do princípio onde nada é real, onde no desenho tudo se pode, onde o conteúdo não é o principal mas sim, as trapalhadas e imagens dos personagens. Se falando de crianças de 2 a 12 anos, isso provoca um humor ingênuo, levando a bobices; b) Desenhos animados violentos e de conteúdo adulto: hoje a televisão esta com programas e desenhos cada vez com violência, o que acaba influenciando as crianças a cometerem os mesmos atos.

DESENHO ANIMADO UM BRINQUEDO OU UMA ARMA NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA?

KOHN, Karen. Desenho animado: um brinquedo ou uma arma na formação da criança? Revista Anagrama: Revista Interdisciplinar da graduação, São Paulo, set. 2007. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/anagrama/article/view/35298>. Acesso em: 06 abr. 2017.

​“A Recepção dos Desenhos Animados da TV e as relações entre a criança e o adulto: Desencontros e Encontros”, escrito por: Adriana Fernandes e Maria Luíza Oswald.

O presente artigo é dividido em capítulos:

 

 

1.    O que a concepção moderna de infância nos mostra sobre a relação criança/adulto:

            Neste capítulo aborda-se o assunto de que o grupo representado pelas crianças tem a característica de não saber algumas coisas que o grupo dos adultos sabem, porém com o advento da televisão não é possível mais manter esse argumento, agora o argumento perpassa, trazendo hoje a nova concepção moderna de infância.

            O autor menciona que o argumento acaba por esconder a infância e a expõe, através da erotização precoce, participação na criminalidade, o desaparecimento das brincadeiras que estimulam a cultura e o enfraquecimento de relações com os adultos.

 

2.    Relações criança/adulto na contemporaneidade: dos desencontros aos encontros:

         O artigo procurou olhar para a recepção dos desenhos animados da TV e a relação entre a criança e o adulto, considerando a criança um ator social, parte-se para a próxima etapa: a identificação de assistir desenhos animados acompanhadas ou sozinhas. “introduzem novos sentidos do social e novos ‘usos sociais’ dos meios” (Martin-Barbero, 2001, p. 20), segundo o autor, entende-se que a criança é capaz de ter voz e de influenciar seu próprio destino.

 

3.    Desencontros:

            As crianças apontaram que preferem assistir TV sozinhas, pois se tem alguém junto acaba atrapalhando. A pesquisa feita em escolas mostrou que tanto na pública como na privada os resultados são bastante semelhantes.

      Na sequência acompanharemos alguns depoimentos das crianças argumentando sobre os desenhos:

         “Eu não concordo. As crianças podem saber de uns desenhos e não saber de outros... Os adultos não sabem porque eles nunca vêem. Eu sou a única na minha casa que assisto. O meu pai, na casa dele, ainda vê aqueles desenhos antigos que eram da época dele como o Tom e Jerry e esses. É... tem um desenho que era um cavalo e um outro que se chama Babalu que é um pequenininho... que é da época do meu pai. Eu nem sabia que esse desenho existia e ele sabia um monte de coisa... Então eu acho que alguns desenhos mais antigos eles sabem mais. Alguns desses que são do tempo deles...”

            No depoimento acima, nota-se claramente que a criança não espera por seus pais para decidir o que irá assistir, apenas classifica alguns desenhos como “são do tempo deles” e acaba por dar um novo sentido e um novo saber ao seu argumento.

            “– (...) o adulto quando vê não vai saber quem é o vilão, quem é o bom, quem é o mau...

           – É... mas eles também não sabem o nome dos personagens, os poderes... Minha mãe sempre me pergunta se o personagem é do mal ou não.

           – Meu pai (ou minha mãe) vê uns desenhos comigo e entende um pouco... Mas só um pouquinho...

         – É que os adultos só entendem dos desenhos da época deles!”. Ao analisarmos os depoimentos, é claro que o desinteresse pelo não saber torna-se uma margem grande para o desencontro, Segundo Fernandes e Oswald: “a preferência das crianças pelos desenhos animados incita uma outra interpretação: a de que, diante dessa programação, a relação criança/adulto fica invertida, passando a primeira a deter segredos e mistérios que eram antes exclusividade dos mais velhos.”. O grande empecilho do não saber é que realmente o adulto não sabe, porém acaba por perguntar e  tentar saber durante o desenho, sendo assim não tendo respaldo e sendo considerado somente um adulto que atrapalha.

 

4.    Encontros:

                 Nos depoimentos dos encontros podemos acompanhar:

              “– Eu costumo conversar com o meu avô assim: ‘Vô, você já viu o desenho tal?’ Aí ele: ‘Não, me diz como é que é.’ Aí eu explico lá para ele, depois ele vê e a gente fica conversando... (Menino – escola pública)

             – Minha mãe não sabe, mas aí ela pergunta, eu conto e a gente fica conversando.

                  (Menino – escola pública)”.

            Neste sentido  acaba atribuindo para a  infância uma nova forma para o reconhecimento social, ou,seja, abre-se um espaço para as crianças e os jovens o direito de participar, a partir de suas especificidades.

            “Pesq.: – Você acha que quando vocês crescerem vão deixar de ver desenhos?

            Menino: – Bom, tem adultos que permanecem com o seu lado infantil...

            Menina: – Como a minha mãe...”

      O contato com as falar das crianças, tanto nos encontros como nos desencontros nos leva a perceber que quando se possibilita a suspensão da oposição adulto que sabe/criança que não sabe, a TV, com ênfase aos desenhos animados, que sofreu uma saturação do encontro e do diálogo entre crianças e pais/adultos. Tendo esses cuidados que nos fazem pensar no desaparecimento da infância, no desaparecimento do lúdico.

FERNANDES, Adriana Hoffmann  and  OSWALD, Maria Luíza Bastos Magalhães. A recepção dos desenhos animados da TV e as relações entre a criança e o adulto: desencontros e encontros. Cad. CEDES [online]. 2005, vol.25, n.65, pp.25-41.

​A mídia e o impacto dos personagens infantis: as crianças na ordem do consumo de Kátia Balduíno de Souza e Magno Medeiros.

CONCEITOS:

  • Espaços sociais são moldados pelo consumo, através dele a criança contemporânea desenvolve representações e faz representações;

  • Infância conceito construído no social e se transforma com o contexto cultural e período histórico;

  • Mercadoria no contexto social inclui e exclui atores sociais;

  • Piaget, estágio pré-operatório (2 a 7 anos)– começa as interrelações com o personagem infantil e o consumo;

  • Fatores que influenciam no consumo: culturais, sociais, grupos de afinidade, família, papéis e Status...

  • Mídia, instrumento pelo qual o mundo é apresentado ao ator social;

  • Televisão – modela comportamentos e relações;

  • Valores positivos e negativos – com os heróis as crianças aprendem valores como ética, coragem, generosidade e humildade; já com os vilões a agressividade pode aparecer em comportamentos de crianças nos seus cotidianos;

  • Personagens tornam-se símbolos da marca e dão a ela uma identidade que os concorrentes dificilmente conseguem reproduzir.

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PESQUISA:

       O artigo traz uma pesquisa realizada com oito meninas e oito meninos. Meninas: duas de 4 anos, duas de 5 anos, duas de 6 anos e duas de 7 anos. Igualmente os meninos.  Foi realizada três reuniões com cada criança, cada um levou 5 brinquedos diferentes. Foram analisados os brinquedos (240), roupas e acessórios e outros:

 

1. Roupas e acessórios: meninas consomem mais roupas e acessórios. Entre 90 peças 86 tinham alguma imagem de personagem. Já os meninos de 72 peças, 49 eram estampadas com personagens.  Foram percebidos 18 tipos de personagens diferentes.  

 

 

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2. Brinquedos: 120 brinquedos para cada sexo. Meninas 96 brinquedos com personagens, meninos 78.

 

 

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3. Por meio de qual instrumento conhecem esses personagens - MENINAS: 96 brinquedos e vestuários (foi retirado os que repetiam o personagem), 53  relacionados com a televisão, 15 brinquedos pelas lojas, 9 por meio de jogos eletrônicos, escola 6, internet 5, rua, revista e cinema também apareceram nas respostas.

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4. Por meio de qual instrumento conhecem esses personagens - MENINOS: 78 brinquedos e vestuários, 39 relacionados com a televisão, jogos eletrônicos 17, internet 9,  escola/amigos 7, lojas 3, cinema 2 e revistas 1. 

OBS: televisão se destaca, ela tem sido um poderoso instrumento de comunicação, pois traz ao espectador, informações prontas com imagens finalizadas e superproduzidas, indo além da imaginação de alguns e influenciando indiretamente seus comportamentos.

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5. De quem ganhou o brinquedo – MENINAS: 48 brinquedos não sabem ou ganharam das mães; 14 avós; 11 pai; 8 avôs; tios (as) 7; amigos 5; madrinhas 2; e padrinho 1.

 

 

 

 

 

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6. De quem ganhou o brinquedo – MENINOS: pais 12; avós 9; mães 6; primos 6; amigos 4; avô 2; e a namorada da escola 1.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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7. Pedido de brinquedos: 94% as meninas pediram, 6% elas ganharam; 43% os meninos pediram, 57% eles ganharam.

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CONCLUSÕES:

  • Sexo feminino é mais influenciado, porém utilizam mais acessórios;

  • A midiatização dos personagens infantis seduz, explora os desejos do inconsciente;

  • Criança consumidora é aceita no grupo;

  • Consumo dos personagens – comportamentos infantis tem uma forte relação, conduzindo as crianças por meio das suas necessidades de pertencer a um grupo e construir sua identidade, explora suas fragilidades e os fracos laços afetivos.

SOUZA, Kátia Balduíno de; MEDEIROS, Magno. A mídia e o impacto dos personagens infantis: as crianças na ordem do consumo. 4º Congresso Internacional de Comunicação e Consumo – Ppgcom Espm, São Paulo, v. 1, n. 1, p.1-1, 08 out. 2014. Disponível em: <http://www.espm.br/download/anais_comunicon_2014/gts/gttres/GT03_KATIA_SOUZA.pdf>. Acesso em: 12 abr. 2017.

Desenhos Animados na Formação da Criança, de Alzira Lobo Arruda Campos, Rosemari Fagá Viégas e Andréa Rodrigues de Miranda, e uma pesquisa que analisa os desenhos: Os Padrinhos Mágicos, Bob Esponja e As meninas Superpoderosas.

    Nesta pesquisa foram utilizados os elementos observados nos episódios pra relaciona-los aos valores estabelecidos na educação infantil. Assim ao final da pesquisa feita por esta observação, conclui-se que os desenhos não revelam comportamentos e conteúdos potencialmente negativos. Pelo contrário, estes desenhos mostram comportamentos e conteúdos recomendados ao púbico infanto-juvenil na interação com a mídia, conforme as adequações estipuladas pelo ministério da justiça.

       Então os desenhos apresentam valores que colaboram de maneira positiva para as crianças.

CAMPOS, Alzira Lobo Arruda; VIEGAS, Rosemari Fagá; Miranda, Andréa Rodrigues de. Desenhos animados na formação da Criança.

Influência dos desenhos animados no comportamento de crianças ao brincar - uma revisão:

   O artigo traz uma pesquisa que aponta: região dos estudos, periódicos/áreas do conhecimento, público-alvo, local onde as pesquisas foram realizadas, método de investigação e conclusões. A maioria evidenciou influências dos desenhos animados no comportamento infantil, sem qualquer contestação. Entretanto, considera-se que o assunto ainda foi pouco investigado, havendo margem a polêmicas e controvérsias.

 Os desenhos pode divertir e ensinar, mas também podem influenciar no comportamento, nas atitudes e no desenvolvimento das atividades diárias. A ludicidade/brincadeira torna-se, nesta fase, a prática mais importante para o desenvolvimento da criança, favorecendo aspectos cognitivos para o crescimento da autonomia e sociabilidade.
   Um dos objetivos foi caracterizar a produção científica nacional que as analisam e comprovam em termos de: região, período de publicação e área do conhecimento, métodos de investigação, faixa etária a que se direcionam e espaços à investigação. Buscou-se ainda verificar possíveis orientações, decorrentes dos estudos, a pais e equipe escolar que precisam lidar com comportamentos ditos “agressivos” das crianças, em reprodução a cenas de desenhos animados.
  Realizados entre 2005 a 2013, tendo ênfase no ano de 2012 com 4 artigos publicados. O que mais vemos são estudos quantitativos com maior predominância na região centro-oeste (55%), em segundo lugar aparece a região sul (18%). Na região nordeste houve apenas uma pesquisa no estado da Paraíba (9%) e em 2 dos artigos selecionados não apresentam região do estudo por serem apenas de caráter bibliográfico.
   Foram estudados 5 artigos científicos de crianças com faixa etária entre 4 a 6 anos, totalizando 46% dos estudos. Em segundo lugar, o foco foi direcionado a crianças com a faixa etária entre 6 a 10 anos (18%). Tais crianças, foram observadas no momento de brincadeira/recreação, pois nesta faixa etária, o brincar se transforma em uma atividade principal, cujo o foco é desenvolver a aprendizagem a partir de um paralelo traçado com a realidade que o cerca. De forma geral, a televisão revelou-se uma das comunicações direcionadas a expressões diárias de crianças nas suas práticas recreativas.
   Em 86 publicações encontradas, apenas 11 foram selecionadas pois seguiam os critérios procurados: artigos em periódicos com corpo editorial e direcionados ao tema.

 

SILVA, Mayara Darília Santos; AGUILERA, Fernanda. A INFLUÊNCIA DOS DESENHOS ANIMADOS NO COMPORTAMENTO DE CRIANÇAS AO BRINCAR – UMA REVISÃO. Revista Lugares de Educação [rle], Bananeiras-pb, v. 5, n. 11, p.104-117, ago./dez. 2015. Disponível em: <http://periodicos.ufpb.br/index.php/rle/article/view/21348/pdf>. Acesso em: 18 maio 17.
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